segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

#Oxentando: O que eu queria ter dito a Fátima Bernardes!




Não sei se vocês chegaram a assistir ao vídeo em que as donas da página do facebook "Meninas Black Power" foram ao programa de Fátima Bernardes. E eu achei que as meninas representaram a gente de uma maneira perfeita. Elas foram fortes, foram sérias e deixaram um certo impacto, que acredito que a Fátima sentiu nas palavras diretas das meninas. E teve um momento no programa que Fátima Bernardes deu a entender que o nosso movimento queria obrigar as meninas a assumirem o crespo e ela disse da maneira dela, que a gente tem que prezar a liberdade de escolha e não impor que as meninas assumam o cabelo afro e pah. Okay, agora chegou o momento no qual eu matutei por vários dias e fiquei pensando. Se eu estivesse lá ( e ela me deixasse falar, não tentasse tapar a minha boca) qual resposta eu daria a Bernadete:

O nosso movimento é pela liberdade dos cabelos ( e é mais do que cabelo), desculpa mas eu não vou apoiar o uso e algo que eu acredito que é prejudicial a autoestima da mulher negra. De verdade é prejudicial sim! A gente não ta dizendo que você não pode usar a chapinha, o ferro e a guanidina. Mas a gente quer que vocês entendam que vocês não precisam passar por isso tudo para serem bonitas. O mundo ensinou que a gente é feio como a gente é, que pra ser bonito você tem que ser assim, tem que ter o cabelo assim e que não pode ser assim. A gente está quebrando toda essa baboseira e estamos dizendo que as coisas podem ser de outra forma. Fátima Bernardes disse que a gente tem a opção de alisar o cabelo. Olha gente, eu fiquei com vontade de chorar. OPÇÃO? EM UM PAÍS que você tem que ter boa aparência pra conseguir um emprego, alisar o cabelo é uma opção?
Meu deus, uma criança foi expulsa, porquê pra mim foi isso que aconteceu. Ele foi expulso porquê tinha um black power! Em um mundo que te empurra pra longe do que você realmente é e que quer te fazer padrão, será que isso é realmente uma opção? OPÇÃO? EM UM PAÍS que as próprias crianças não se aceitam, porquê outros como eles (porem diferentes) são considerados o padrão ideal a serem seguidos. E se essa criança não se encaixar ela sofre descriminação. Isso é culpa de quem? Quem educou? Quem educou os seus pais, seus avós, seus bisavós e assim sucessivamente? O BURACO É MUITO MAIS EMBAIXO, muito mais embaixo Bernardete.

Não descriminamos as meninas que dão chapinha, não. (Eu já fiz isso também, meu bem). A gente não fala de fora, porquê a gente já passou por tudo isso ai. 
Eu entendo como é sair da sua zona de conforto e simplesmente mudar os seus dogmas. Mas para quem está disposto a entender e a se aceitar de fato. Estamos aqui, abertos a todo tipo de discussão! 

"R-E-S-P-E-C-T

Find out what it means to me

R-E-S-P-E-C-T"




Fiquem em paz!
Um xêro baiano da Preta!




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