segunda-feira, 7 de julho de 2014

- Assuma-se pret@ -

Condicionado. Manipulado. Fragmentado.

Fantoches vivos!

Penso e logo existo. Medito e logo existo. Relaciono-me e logo existo. Mas que existir é este?


“Pane no sistema alguém me desconfigurou. A onde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido. Eu sempre Achei que era vivo.” – Pitty

Ao escrever “Admirável Chip Novo” a cantora e compositora Pitty questiona e crítica o modelo social vigente, com ênfase no papel que cada individuo possui neste contexto.

Pensar nisto é observar o lugar que nos é dado nesta sociedade. O Preto, com seu cabelo crespo, historicamente lhe coube o papel de servir o senhor branco. Restando apenas a condição de seguir uma linha mercadológica da força de trabalho para sobreviver.

Essa postura foi uma escolha? Claro que não. Mas com o desenvolvimento tecnológico impregnado na construção da sociedade capitalista, confere poucas opções para a sobrevivência do negro que durante décadas foi escravizado.

Enquanto o negro estava nos grandes canaviais, e nos monocultivos de cacau e mandioca, o branco encontrava-se sentado, estudando, virando doutor.

Quem é o negro hoje?

Precisamos questionar está imagem negra diante da sociedade que se perpetua hoje.

Isso se torna nítido quando nossa cultura e religião é descriminada preconceituosamente. Vale a pena lembrar, que estes aspectos são frutos de uma imposição branca que determinou o catequismo e demonizou o candomblé.

Desde o inicio da história brasileiro nós negros, fomos colocados a margem de qualquer desenvolvimento social e cultural. Esteticamente, estamos carregados de estereótipos. Para fugir desta marginalização, é preciso negar. Negar o cabelo, a cor, cultura e religião.

Por isso questiono: - quem é você? – aonde você se encontra?



Pensando nestas questões, sempre nos caímos sobre a identidade, ou melhor, a construção de um individuo social que diante de um turbilhão de intervenções midiáticas e tecnológicas resignifica sua postura e seu modo de visualizar o mundo. Muitas vezes, perdendo valores históricos e significativos.

Stuart Hall, ao compreender a complexidade que se encontra a construção de uma identidade autentica na pôs modernidade, diz que “a identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento. Existe sempre algo ‘imaginário’ ou fantasiado sobre sua unidade. Ela permanece sempre incompleta, está sempre ‘em processo’, sempre sendo formada”.

Não quero trazer a academia, teorizando esta reflexão, mas considero importante nos visualizarmos quanto sujeitos autônomos e capazes de construir, apesar de tantas influências, uma identidade negra. Sendo esta, vinculado a valores que levantam a sua alto estima e te protagoniza num universo manipulado culturalmente.

Ficou mais fácil responder QUEM VOCÊ É?


Os fragmentos deste modelo social recai cotidianamente sobre nós negros. Assumir uma postura contraria é reconhecer-se como sujeito construtor.

Pode parecer bobagem, mas veja como é difícil assumir um cabelo crespo. Assumir sua origem. Quem você é esteticamente.

Porém, este passo significa muito diante de uma história coletiva que sempre foi desumanizada.


#InspiraçõesBlack










Consegue se reconhecer?


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